A Síndrome de Hiperestímulo Ovariano (SHEO) é uma condição que pode ocorrer como complicação em tratamentos de fertilização in vitro (FIV) ou outros procedimentos de reprodução assistida que utilizam medicações para estimular os ovários. Embora seja rara em sua forma grave, é importante que pacientes compreendam o que é, quais são os riscos, como prevenir e como tratar.
Neste artigo, vamos detalhar a Síndrome de Hiperestímulo Ovariano, explicando suas causas, sintomas, fatores de risco, opções de tratamento e estratégias de prevenção.
O que é a Síndrome de Hiperestímulo Ovariano (SHEO)?
A SHEO ocorre quando os ovários reagem de forma exagerada às medicações usadas para estimular a produção de óvulos durante o tratamento de FIV. Essas medicações, como as gonadotrofinas, são projetadas para aumentar a quantidade de óvulos maduros, mas em alguns casos, podem causar uma resposta excessiva.
Essa resposta exagerada leva a uma produção excessiva de hormônios e ao aumento do volume dos ovários, o que pode causar desconforto, retenção de líquidos e outras complicações.
Sintomas da SHEO
Os sintomas da SHEO variam de leves a graves e geralmente se manifestam após a administração do hCG (gonadotrofina coriônica humana), usado para estimular a ovulação. Os sinais incluem:
Forma leve:
- Inchaço abdominal;
- Sensação de peso ou desconforto nos ovários;
- Náusea leve.
Forma moderada:
- Aumento significativo no tamanho dos ovários;
- Dor abdominal;
- Vômitos e náuseas;
- Retenção de líquidos.
Forma grave:
- Dor abdominal intensa;
- Falta de ar;
- Aumento abrupto de peso (mais de 2 kg em 24 horas);
- Diminuição na produção de urina;
- Desequilíbrio eletrolítico e risco de complicações como trombose.
A forma grave da SHEO é rara, mas exige atenção médica imediata.
Fatores de Risco
Embora a SHEO possa ocorrer em qualquer paciente submetida à FIV, alguns fatores aumentam a probabilidade de desenvolvê-la:
- Idade jovem, especialmente mulheres com menos de 35 anos;
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
- Altos níveis de hormônio antimülleriano (AMH);
- Resposta ovariana muito alta em tratamentos anteriores;
- Uso de altas doses de gonadotrofinas.
Como é feito o diagnóstico da SHEO?
O diagnóstico é realizado com base nos sintomas apresentados pela paciente, juntamente com exames complementares, como:
- Ultrassonografia transvaginal, que mostra o aumento dos ovários e a presença de cistos;
- Exames de sangue, que podem identificar alterações nos níveis de hemoglobina, hematócrito e eletrólitos;
- Avaliação da produção de urina.
Tratamento da SHEO
O tratamento depende da gravidade da síndrome. Aqui estão as abordagens mais comuns:
- Forma leve a moderada:
- Repouso e hidratação oral;
- Analgésicos para controlar a dor;
- Acompanhamento regular com ultrassonografias para monitorar os ovários.
- Forma grave:
- Hospitalização para administração de fluidos intravenosos;
- Controle rigoroso da produção de urina;
- Medicamentos para prevenir tromboses;
- Em casos críticos, remoção de líquidos acumulados na cavidade abdominal (paracentese).
Prevenção da SHEO
Embora a SHEO seja uma complicação potencialmente grave, existem estratégias para minimizar o risco:
- Protocolos personalizados: Ajustar a dose das medicações de estimulação ovariana com base no perfil da paciente.
- Uso de agonistas do GnRH: Em algumas pacientes, o uso de agonistas em vez do hCG para induzir a ovulação reduz significativamente o risco de SHEO.
- Congelamento de embriões: Em casos de resposta ovariana excessiva, pode-se optar por não transferir os embriões frescos e congelá-los para uso em um ciclo futuro.
- Monitoramento rigoroso: Realizar ultrassonografias frequentes e exames de sangue para avaliar a resposta ovariana ao longo do tratamento.
SHEO e a FIV: O que o paciente deve saber
A SHEO pode ser assustadora, mas é importante lembrar que, com um acompanhamento cuidadoso e protocolos modernos, o risco de complicações graves é baixo. O objetivo dos tratamentos de reprodução assistida é proporcionar segurança e conforto às pacientes durante todo o processo.
Conclusão
A Síndrome de Hiperestímulo Ovariano é uma condição rara, mas possível, em tratamentos de fertilização in vitro. Como especialista em reprodução humana, meu compromisso é informar e cuidar de cada paciente de forma personalizada, minimizando os riscos e garantindo um tratamento seguro.
Se você tem dúvidas sobre SHEO ou está planejando iniciar um tratamento de FIV, entre em contato para agendar uma consulta. Vamos trabalhar juntos para transformar o sonho da maternidade em realidade.